Na recente entrevista concedida a um portal pelo presidente da Bimbo Brasil, Alfonso Argudín, foi levantada a questão sobre o pão sem glúten e sua posição como um verdadeiro pão. Segundo Argudín, tecnicamente o pão sem glúten não pode ser considerado um pão legítimo, e a demanda por esse produto foi movida em certa medida por uma tendência passageira.

O executivo explicou que a razão pela qual o pão sem glúten não é considerado pão reside no fato de que ele não contém farinha de trigo. Quando questionado se a demanda por produtos sem glúten foi apenas uma moda, o presidente da Bimbo Brasil admitiu que, em certo grau, houve um período em que essa tendência foi observada não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. No entanto, ele também destacou que há pessoas que realmente precisam consumir produtos sem glúten devido à condição de serem celíacas, ou seja, terem a doença celíaca. Além disso, existem indivíduos não celíacos que afirmam se sentir melhor ao evitar o glúten em suas dietas.

O pão, como conhecemos, é um alimento que historicamente tem sido feito a partir da combinação de farinha de trigo, água, fermento e sal. A farinha de trigo é rica em glúten, uma proteína que confere elasticidade à massa e é fundamental para a formação da estrutura característica do pão. Quando a massa é fermentada, o glúten ajuda a capturar o dióxido de carbono produzido pelo fermento, resultando em um pão fofo, elástico e macio.

Por outro lado, o pão sem glúten é elaborado a partir de diferentes tipos de farinhas, como farinha de arroz, de amêndoas, de grão-de-bico, entre outras, que não contêm glúten. Isso significa que essas farinhas não têm a mesma capacidade de reter o dióxido de carbono liberado pelo fermento, resultando em uma estrutura menos elástica e uma textura geralmente mais densa e compacta.

Ao não conter glúten, o pão sem glúten pode não oferecer a mesma experiência gustativa e sensorial que o pão tradicional, além de ter uma consistência menos agradável ao paladar de muitas pessoas acostumadas com a textura macia e leve do pão convencional.

Vale ressaltar que a Bimbo Brasil, empresa detentora de marcas conhecidas como Pullman, Nutrella, Ana Maria e Rap10, não comercializa produtos sem glúten. A declaração de Argudín sobre o pão sem glúten não ser considerado um pão autêntico reflete a perspectiva da empresa em relação ao assunto, levando em conta a composição tradicional e as expectativas dos consumidores em relação ao pão.

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2023/06/19/bimbo-lideres.htm

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